Questões sobre História da Educação
1) Explique o conceito
de educação difusa, integral e universal da sociedade tribal.
As crianças aprendem
imitando os gestos dos adultos, aprendem com a vida e
para a vida, todos participam da educação ajudando a criança a aperfeiçoar as
suas habilidades. O saber é de todos da tribo, a educação é universal por que
todos podem e tem direito e acesso de todo o saber e o fazer da tribo.
2) As sociedades tribais se organizavam de forma
homogênea e não existiam formas de poder. Justifique.
As sociedades tribais
não tinham classes sociais e nenhuma relação de dominação de um segmento sobre
o outro. A terra pertencia à todos, o trabalho era
coletivo, não tinha escrita, comércio, escola, estado e etc. É uma sociedade
predominantemente mítica, acreditavam em vários deuses.
3) Na educação chinesa percebemos três períodos.
Cite e explique-os.
Período Agrícola - O
regime era matriarcal, a mãe era responsável pelo trabalho e a educação dos
filhos, quanto a agricultura e as tarefas domésticas.
Período Feudal - O
regime era patriarcal, a educação até os 7 anos era
feita na casa paterna e depois um nobre passava a ensinar as artes da guerra e
as maneiras de paz. As meninas depois da educação em casa,
aprendiam as artes domésticas.
Período Imperial -
Divide-se em dois setores: da massa do povo e a dos funcionários Mandarins.
Educação do povo -
Era feita no lar ou por mestres em escolas particulares, aprendiam o alfabeto
chinês, preceitos de Confúcio, aritmética e agronomia. O método de ensino era
mecânico e a disciplina rigorosa com castigos corporais.
Educação dos
Mandarins - Esses tinham educação superior, que era feita de exames complicados
e organizados em vários graus de acordo com os cargos. Aprendiam ideias e
preceitos morais, jurídicos e históricos dos livros de Confúcio.
4) Com relação a educação Hindu, qual era o papel da família e qual foi a
influência do budismo?
A família educava até
os 7 anos, depois a criança ficava com um mestre até
os 12 anos para receber o cordão sagrado que constituía um segundo nascimento.
O budismo deu origem a educação mais espiritual,
íntima e passiva do que a do bramanismo, deu origem a uma classe sacerdotal que
recebia educação teológica especial em comunidades e conventos.
5) Como era a educação
nas classes populares e superiores da educação Egípcia.
Populares - As
crianças recebiam a primeira educação na família, a educação era monógama.
Superiores -
funcionários, sacerdotes e militares - A educação era polígama, as crianças
eram tratadas com rigorosa disciplina. Os meninos iam à escola aos 6 ou 7 anos.
A escola era divida
em duas classes:
Escolas Elementares -
Destinadas ao povo, ensinavam a ler, escrever, contar, rudimentos de geometria
e exercícios ginásticos.
Superiores ou
Eruditas - Destinadas as classes superiores, eram templos que recolhiam os
alunos até os 17 anos, aprendiam todas as técnicas e artes necessárias à vida
do país, normas de administração, escrita, astronomia, matemática, agricultura,
música, poesia, dança, artes plásticas, arquitetura, pintura e escultura.
Os sacerdotes eram os
responsáveis pela educação que foi muito importante para os egípcios, como
também a religião.
6) Na educação
hebraica, qual o papel dos profetas e do livro de provérbios?
Os profetas são os
mestres e inspiradores da educação e da cultura. O livro dos provérbios é um
manual de educação moral.
7) Com relação a educação grega, explique:
a) Em que estava
centrada?
Estava centrada na
formação integral: corpo e espírito, embora de fato, a ênfase se deslocasse ora
mais para o preparo militar ou esportivo, ora para o debate intelectual,
conforme a época ou o lugar.
b) Qual o conceito
de Paidéia?
É um conceito de
educação, de criação de meninos e formação integral do ser humano.
8) Escreva o
referencial de educação Espartana, explique suas fases.
Esparta valorizava
muito as atividades guerreiras, desenvolvendo uma educação severa, orientada
para a formação militar. Depois que Licurgo deu uma legislação à Esparta, de
início os costumes não eram tão rudes e o preparo militar era entremeado com a formação
esportiva e a musical. Com o tempo, quando Esparta derrotou Atenas, o rigor da
educação acabou assemelhando-se a vida de caserna.
Os cuidados com o
corpo começavam com uma política de eugenia, prática de melhoramento da
espécie, que recomendava fortalecer as mulheres para gerarem filhos robustos e
sadios, bem como abandonar as crianças deficientes ou frágeis demais.
As crianças ficavam
com a família até os 7 anos, depois recebiam do estado
uma educação pública e obrigatória. Viviam em comunidades, em grupos de acordo
com a idades e supervisionados pelos que se
distinguiam no desempenho das tarefas exigidas, como todos os gregos,
espartanos estudavam música, canto e dança coletiva.
Até os 12 anos as
atividades lúdicas predominavam, depois aumentava o rigor da aprendizagem e a
educação física se transforma em verdadeiro treino militar. Os jovens aprendiam
a suportar a fome, o frio, a dormir com desconforto e vestir-se de forma
despojada. A educação moral valorizava a obediência, a aceitação dos castigos,
o respeito aos mais velhos e privilegiava a vida comunitária.
As mulheres
participavam das atividades físicas como exercícios de salto, lançamentos de
disco, corrida, dança e nas festividades exibiam nos jogos públicos toda a
força, a beleza e o vigor dos corpos bem treinados.
9) Em que se baseava a
educação Ateniense e quais eram suas etapas?
Ao lado dos cuidados
com a educação física, destacava-se a formação intelectual, para que melhor se
pudesse participar dos destinos da cidade.
A educação iniciava ao 7 anos, meninas permaneciam no gineceu, local onde
aprendiam e se dedicavam aos afazeres domésticos. Meninos desligavam-se da mãe
para iniciar a alfabetização e a educação física e musical. Era sempre
acompanhado por um escravo, conhecido como paidagogo.
O ensino elementar de
leitura e escrita durante muito tempo, mereceu menor
atenção e cuidado do que as práticas esportivas e musicais. O mestre de letras
era geralmente uma pessoa humilde, mal paga e não tinha o prestígio do
instrutor físico.
Com o tempo, a medida que aumentou a exigência de melhor formação
intelectual, delinearam-se três níveis de educação: elementar, secundária e
superior.
O gramático reunia em
qualquer canto, sala ou praça pública um grupo de alunos para lhes ensinar a
leitura e a escrita. Os métodos usados dificultavam a aprendizagem, em que se
acentuava o recurso de silabação, repetição, memorização e declamação.
Geralmente as crianças aprendiam de cor os poemas de Homero e de Hesíodo.
Escreviam em tabuinhas enceradas e os cálculos eram feitos com o auxílio dos
dedos e do ábaco.
A educação elementar
completava-se por volta dos 13 anos, então as crianças mais pobres procuravam
um ofício e as de família rica partiam para a educação secundária, com o tempo
as atividades musicais se direcionam para discussões literárias, abrindo espaço
para assuntos gerais como matemática, geometria e astronomia, sobretudo sob a
influência dos filósofos.
Dos 16 aos 18 anos a
educação assumiu uma dimensão cívica de preparação militar.
A educação superior
era apenas para alguns, a minoria, com a chegada dos sofistas teve início uma
espécie de educação superior onde era ensinada a arte da retórica, filósofos
também se dedicaram a profissionalização dos mestres.
10) No período
Helenístico a paidéia foi substituída pela
enciclopédia. Explique.
A enciclopédia é a
educação geral e consiste na gama de conhecimentos exigidos para a formação da
pessoa culta, é o saber erudito, distanciado do cotidiano.
Ao lado do ensino
elementar orientado pelo gramático, notou-se o desenvolvimento do nível
secundário, sendo ainda ampliada a função de retor,
ou mestre de retórica, tão defendida por Isócrates.
O conteúdo abrangente
do programa tornou-se cada vez mais caracterizado pelas chamadas sete artes
liberais: as três disciplinas humanísticas ( gramática,
retórica e dialética) e as quatro científicas (aritmética, música, geometria e
astronomia).
10) Em Roma no período
da Realeza, a substituição da posse comum da terra provocou a divisão de
classes, escreva sobre.
Com a divisão de
classes de um lado tinha a aristocracia de nascimento, representada pelos
patrícios e de outro a maioria da população constituída de plebeus, geralmente homens livres: camponeses, artesãos, comerciantes, mas sem
direitos políticos.
Entre os plebeus,
havia os clientes, assim chamados por dependerem de uma família patrícia que
lhes oferecia proteção jurídica em troca de prestação de serviços. Embora nessa
época o número de escravos fosse reduzido, o sistema começava a ser implantado.
11) O que vem a ser humanitas e em que se diferencia da paidéia?
Humanitas, sentido literal de humanidade e mais propriamente de educação, cultura
do espírito, algo equivalente a paidéia
grega. Distingue-se desta, no entanto por se tratar de uma cultura
predominantemente humanística e sobretudo cosmopolita
e universal, buscando aquilo que caracteriza o ser humano em todos os tempos e
lugares. Não se restringia ao ideal de sábio, mas à formação do indivíduo como
ser moral, político e literário.
12) Que tipo de
educação recebiam os patrícios e como era dividida?
Recebiam uma educação
que visava perpetuar os valores da nobreza de sangue e cultuar os ancestrais.
Até os 7 anos as crianças permaneciam sob os cuidados
da mãe ou de matrona, "mulher respeitável". Depois dessa idade as
meninas aprendiam no lar os serviços domésticos, enquanto o pai se encarregava
pessoalmente da educação do filho.
O menino
acompanhava-o às festas e aos acontecimentos mais importantes, ouvia o relato
das histórias dos heróis e dos antepassados, decorava a lei das doze Tábuas,
desenvolvendo desse modo a sua consciência histórica e o patriotismo.
Por viver em uma
sociedade agrícola, o menino aprendia a cuidar da terra, atividade que de
início, colocava lado a lado o senhor e o escravo, aprendia também a ler,
escrever e contar, bem como desenvolver habilidades no
manejo das armas, na natação, na luta e na equitação.
Aos 15 anos ele
acompanhava o pai ao foro, praça central, onde se fazia o comércio e eram
tratados os assuntos públicos e privados e em torno da qual se erguiam os
principais monumentos da cidade, inclusive o tribunal. Aí aprendia o civismo.
Aos 16 anos o jovem
era encaminhado para a função militar ou política. A educação pouco se voltava
para o preparo intelectual e mais para a forma moral, baseada na vivência cotidiana
e na imitação de modelos representados não só pelo pai, mas também pelos
antepassados.
13) Como eram as
escolas elementares do ludi magister
e dos gramáticos?
Nas escolas
elementares aprendia-se demoradamente a ler, escrever e contar dos 7 aos 12 anos. Os mestres eram simples e mal pagos e para
desempenhar seu ofício ajeitavam-se em qualquer espaço: uma tenda, a entrada de
um templo ou de um edifício público. escreviam com
estiletes em tabuinhas enceradas, aprendendo tudo de cor, muitas vezes
ameaçados por castigo.
As escolas
elementares dos gramáticos em que os jovens dos 12 aos 16 anos entravam em
contato com os clássicos gregos, ampliando seus conhecimentos literários ao mesmo tempo que estudavam as chamadas disciplinas reais,
como geografia, aritméica, geometria e astronomia.
Iniciavam-se também na arte de bem escrever e bem falar.
14) Sobre a educação no
Império Romano, cite e explique as mudanças ocorridas.
Não foi muito
diferente da anterior, a não ser por sua complexidade e organização. Nota-se a
crescente intervenção do estado nos assuntos educacionais, porque a
administração do império requereria uma bem montada máquina burocrática, com
funcionários que deveriam ter pelo menos instrução elementar. Embora o estado
se interessasse pelo desenvolvimento da educação, de início pouco interferiu,
colocando-se como mero inspetor, mais ou menos distante das atividades ainda
restritas à iniciativa particular. Com o tempo passou a oferecer subvenção,
depois de exercer o controle por meio da legislação e por fim tomou para si a
inteira responsabilidade. Já no séc. I a.C., o estado estimulava a criação de
escolas municipais em todo o Império. o próprio César
concedera o direito de cidadania aos mestres de artes liberais.
No séc. I d.C. Vespasiano liberou de impostos professores de ensino médio
e superior e instituiu o pagamento a alguns cursos de retórica, depois Trajano
mandou alimentar os estudantes pobres, mais tarde
outros imperadores legislaram sobre a exigência das escolas particulares
pagarem com pontualidade os professores e também definiram o montante
a lhes ser pago.
Encontre mais sobre o
assunto no livro: ARANHA, Maria Lúcia de Arruda - História da Educação e da
Pedagogia. São Paulo: Moderna, 2007