Fundamentos Da Educação História Da Educação
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1. FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO Curso de Complementação Pedagogia Disciplina:
História da Educação
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2. PENSAMENTO PEDAGÓGICO GREGO Na educação grega era exigido que o
ensino estimulasse as competições, as virtudes guerreiras para estimular a
superioridade frente os povos conquistados. Os gregos deram enorme valor à
arte, à literatura, às ciências e à filosofia. A educação do homem consistia na
formação do corpo pela ginástica e na da mente pela filosofia e as ciências, e
na moral pela música e pelas artes. Poucos aprendiam a governar, pois apenas os
livres, os que tinham propriedade, pois os bem educados tinham de saber mandar
e obedecer. Apenas os gregos livres tinham acesso a educação e ao diálogo, já
que a educação naquela época, se dava através do diálogo.
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3. A paidéia, educação integral, consistia na integração entre a cultura
da época e a criação de outra cultura recíproca. Apesar da riqueza de
conhecimento na educação, existia na Grécia muitas diferenças entre os seus
habitantes. Os espartanos davam mais valor a ginástica e a educação moral,
voltada aos interesses do Estado. Enquanto os atenienses existia um interesse
maior pela retórica e para o exercício da política. Os gregos eram educados
através dos textos de Homero, que ensinava a virtude, o cavalheirismo, o amor à
glória. O ideal homérico era de ser sempre melhor e conservar-se superior aos
outros. Sócrates, Platão e Aristóteles, exerceram grande influência no mundo
grego, não esquecendo dos sofistas que eram responsáveis por ensinar a
retórica. O estudo era dividido em escolas que ensinavam desde a leitura do
alfabeto até a retórica e a filosofia, passando pela filosofia e a educação
física.
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4. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO ROMANO Roma e na Grécia, são sociedades escravistas,
onde o trabalho manual não é valorizado, e o trabalho intelectual é considerado
trabalho da aristocracia, que consiste numa pequena parcela da sociedade, os
cidadãos livres. Seus estudos eram na maioria das vezes humanistas, o que
caracteriza o homem em todos os tempos e lugares. Este estudo era dado na
escola do "gramático", que seguia algumas fases; ditado de
fragmento do texto, memorização deste, tradução da prosa em verso, expressão da
mesma idéia em diversas construções, análise das palavras e frases e composição
literária. Assim se instruía a elite romana.
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5. Para os escravos não era permitido o direito de estudar, eram
tratados como objetos, aprendiam a fazer arte nas casas onde serviam. A
sociedade romana era composta de grandes proprietários: patrícios, grandes
proprietários e plebeus, pequenos proprietários, que eram excluídos do poder,
do direito ao voto. Na época áurea do Império, a educação estava dividido em
três graus: Escolas do ludi-magister, ministravam a educação elementar; Escolas
do gramático: correspondia ao que hoje se conhece por ensino secundário.
Estabelecimentos de ensino superior: era uma espécie de universidade, onde se
ensinava a retórica, o Direito e a Filosofia. Os romanos impuseram o latim a
numerosas províncias, conquistaram a Grécia, que transmitiu a filosofia da
educação aos romanos.
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6. A filosofia era pouco difundida entre os romanos, e a pedagogia
quando existe é voltada para questões práticas. Um nobre romano deveria
aprender coisas sobre a agricultura, a guerra e a política. Aos poucos a classe
aristocrática cede lugar a pequenos comerciantes, artesãos e para uma pequena
classe de burocratas. O Império sentiu a necessidade de escolas que preparasse
administradores, já que para a guerra não havia necessidade de escola, os
quartéis ou a própria guerra resolviam o problema. O Estado se ocupa
diretamente da educação, treinando supervisores-professores cujo regimento se
parecia com os militares. A educação romana era utilitária e moralista,
organizada pela disciplina e justiça. Dessa forma os romanos conquistaram um
grande Império, fazendo escravos os povos por eles vencidos .
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7. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO MEDIEVAL A igreja cristã dá o ponto de
partida para esse pensamento pedagógico. Cristo foi um grande educador, popular
e bem sucedido. A educação do homem medieval ocorreu de acordo com grandes
acontecimentos da época entre eles a pregação apostólica no século I, depois de
Cristo. A partir de Constantino, o império adotou o cristianismo como religião
oficial, e fez pela primeira vez a escola tornar-se o aparelho ideológico do
estado. Surge um novo tipo histórico de educação, uma nova visão do mundo e da
vida, as culturas precedentes foram substituídas pelo poder de Cristo.
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8. Foi criada uma educação par ao povo que consistia numa educação
catequética e dogmática e outra educação para o clérigo humanista e filosófica
teológica. Os estudos medievais compreendiam, o Trivium (Gramática, dialética e
teórica) e o Quadrivium (Aritmética, geometria, astronomia e música). Maomé
(entre 570 e 532), funda uma nova religião, o islamismo. A doutrina de Maomé
está contida no Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos. O Alcorão é a obra prima
da literatura árabe. Da briga entre cristãos e árabes inicia um novo tipo de
vida intelectual chamada escolástica, que procura conciliar a razão histórica
com a fé cristã. O maior idealizador desta escola foi São Tomás de Aquino , que
afirmava que a educação habita o educando a desabrochar todas as suas
potencialidades, operando assim a síntese entre a educação cristã e a educação
greco-romana.
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9. Ao lado do clero a nobreza realizava sua própria educação, seu ideal
era o perfeito cavaleiro com a formação musical e guerreiro, experiente nas
sete artes liberais. As classes trabalhadoras tinham a educação oral,
transmitida de pai para filho. A igreja não se preocupava com a educação
física, considerava o corpo pecaminoso. Os jogos ficavam por conta da educação
do cavaleiro. Na Idade Média foram criadas as universidades de Paris, Bolonha,
Saleno, Oxford, Hedelberg e Viena. Para muitos historiadores a Idade média não
foi a idade das trevas, da ignorância, como os ideólogos do renascimento
pregaram, ao contrário foi fecunda em lutas pela autonomia, com greves e
debates livres. Discutia-se a gratuidade do ensino e pagamento das professoras.
O que se constatou é que o saber universitário aos poucos foi se elitizando,
guardado em academias submetido à censura da igreja.
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10. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO RENASCENTISTA O pensamento pedagógico
Renascentista influenciou diretamente a educação através da teoria
heliocêntrica, defendida por Copérnico (1473 - 1543). Como fatos que
favoreceram esse pensamento pedagógico, são citados: as grandes navegações do
séc. XIV, que deram origem ao capitalismo comercial; a invenção da imprensa
realizada por Gutemberg ; e a invenção da bússola que possibilitou as grandes
navegações. A educação Renascentista visava a formação do homem burguês.
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11. Como principais educadores Renascentistas, foram citados: Vittorino
da Feltre - que defendia uma educação individualizada, o auto governo do aluno
e a competição; Erasmo Desídoro - para ele, o verdadeiro caminho deveria ser
criado pelo homem, enquanto ser inteligente e livre; Juan Luis Vives - foi um
dos primeiros a solicitar uma remuneração para os professores; François Rabeles
- para ele o importante não eram os livros, mas a natureza. A educação
precisava primeiro cuidar do corpo, da higiene, da limpeza, da vida ao ar
livre, dos exercícios físicos, etc.; Michel de Motaigne - ele acreditava que as
crianças devem aprender o que farão quando adultos; Martinho Lutero - para ele
a exaltação Renascentista do indivíduo de seu livre arbítrio, tornara
inevitável a ruptura no seio da igreja. Iniciou a reforma Protestante, que foi
considerada como a primeira grande revolução burguesa.
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12. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO ILUMINISTA O pensamento iluminista surgiu no
século XVII, que se fortaleceu com a Revolução Francesa, na época em que se
buscava as liberdades individuais, contra a escuridão da igreja e a prepotência
dos governantes. Na época do auge do Iluminismo, Jean Jacques Rousseau,
inaugurou uma nova fase na educação. Pela primeira vez, a educação se tornou
obrigatória, assim se fazendo escola pública, filha da revolução burguesa,
gratuita e para todos, mas ainda elitista, pois poucos podiam cursar uma
universidade.
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13. A educação da época não deveria apenas instruir mas também permitir
que a natureza desabrochasse na criança de forma livre, sem repressões,
restringindo-se a experiências. O iluminismo educacional representou o
fundamento da pedagogia burguesa. A classe trabalhadora tinha o mínimo de
educação, pois a burguesia ascendia sobre os ideais de liberdade. A liberdade
para os burgueses consistia em estar livre para a acumulação de riquezas, os
intelectuais da época , cultivavam a noção de liberdade na essência do homem. A
liberdade e a igualdade eram nocivas para os burgueses, pois provocaria
padronização das classes. A educação popular deveria fazer com que o povo
aceitasse sua pobreza.
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14. PENSAMENTO PEDAGÓGICO MODERNO Nos séculos XVI e XVII, a sociedade
passou por mudanças significativas, houve a queda do modo de produção feudal.
Na educação houve muitas mudanças, pois o que era ensinado foi considerado
obsoleto, alguns filósofos fizeram grandes descobertas na área da educação,
deram um novo ordenamento às ciências.
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15. Os principais filósofos que tiveram maior ascensão nesta época
foram: René Descartes , que escreveu o "Discurso do Método",
que consistia em quatro grandes princípios, tais como: jamais tomar alguma
decisão sem conhecê-la evidentemente como tal; dividir todas as dificuldades
quantas vezes forem necessários antes de resolvê-las; organizar os pensamentos
começando pelas mais simples até as mais difíceis; e fazer uma revisão geral
para não omitir nada. João Amos Comênio , escreveu a "Didática
Magna", considerada como método pedagógico para ensinar com rapidez.
Dizia que a escola ao invés de ensinar palavras, deveria ensinar o conhecimento
das coisas. John Loke , combateu o inatismo, dizendo que nada existe em nossa
mente que não tenha origem em nossa mente. Francis Bacon , divide as ciências e
ainda diz que saber é poder sobre tudo.
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16. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO POSITIVISTA O pensamento pedagógico
positivista consolidou a concepção burguesa da educação. Seu maior expoente foi
Augusto Comte (1798 - 1857), que tem como principal obra o "Curso de
filosofia positiva", publicado em 1830 e 1842. Comte combateu o
espírito religioso, mas acabou propondo a instituição do que chamou
"religião da humanidade" para substituir a Igreja. Segundo
ele, a humanidade passou por três etapas sucessivas: O estado teológico,
durante o qual o homem explicava a natureza por agentes sobrenaturais; O estado
metafísico, no qual tudo se justificava através de noções abstratas como
essência, substância, causalidade, etc; e o estado positivo, o atual, onde se
buscam as leis científicas.
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17. Herbert Spencer (1820 - 1903) discípulo de Comte, deixou de lado a
concepção religiosa do mestre e valorizou o princípio da formação científica na
educação. Um dos principais expoentes na sociologia da educação positivista foi
Émile Durkhein (1858 - 1917), que considerava a educação como imagem e reflexo
da sociedade. A pedagogia seria uma teoria da prática social. Para os
pensadores positivistas, a libertação social e política passava pelo
desenvolvimento da ciência e da tecnologia, sob o controle das elites. O
positivismo nasceu como filosofia, portanto interrogando-se sobre o real e a
ordem existente, mas, ao dar uma resposta ao social, afirmou-se como ideologia.
Segundo o autor, a expressão do positivismo no Brasil inspirou a Velha
República e o golpe militar de 1964. Segundo essa ideologia da ordem, o país
não seria mais governado pelas "paixões políticas", mas pela
racionalidade dos cientistas desinteressados e eficientes: os tecnocratas.
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18. No Brasil, o positivismo influenciou o primeiro projeto de formação
do educador, no final do século passado. O valor dado à ciência no processo
pedagógico justificaria maior atenção ao pensamento positivista. Durkhein , ao
contrário de Rosseau declarava que o homem nasce egoísta e só a sociedade,
através da educação, pode torna-lo solidário. Para Durkhein , a educação é a
ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontram
ainda preparadas para a vida social; tem por objeto suscitar e desenvolver, na
criança, certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados
pela sociedade política no seu conjunto e pelo meio especial a que a criança,
particularmente, se destine.
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19. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO ORIENTAL A pedagogia surgiu como uma ciência
que tem como objetivo estudar, analisar, e sistematizar o conhecimento
educacional. Os valores da tradição, da não violência e da meditação ligados a
religião, foi onde firmou-se a transmissão de conhecimento segundo o Oriente. A
educação primitiva fundamentava-se nos rituais de iniciação, possuíam uma visão
animista, que acreditava que tudo na natureza possuía uma alma semelhante ao homem.
A educação ocorria de maneira espontânea e natural, não existia ninguém
destinado a ensinar porém todos de uma certa maneira contribuíram para os
ensinamentos, pois a educação provinha das imitações e da oralidade.
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20. A doutrina pedagógica mais antiga é o Taoísmo, uma espécie de
panteísmo no qual os princípios recomendam uma vida pacata e tranqüila.
Confúcio criou um sistema moral que cultuava os mortos e que mais tarde
tornou-se religião. Ele idealizava famílias patriarcas onde o pai comparado a um
governante centralizava todo o conhecimento desconsiderando todo o saber e
inteligência dos filhos. A educação Hinduísta tendia para a reprodução e
contemplação da casta, dividem a mesma profissão bem como a mesma religião, os
casamentos são realizados entre si. Exaltavam o espírito repudiando o corpo.
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21. Aqueles que eram excluídos da sociedade, bem como as mulheres, não
tinham acesso a educação. Os egípcios foram os primeiros a tomar consciência da
importância da arte de ensinar. Criaram casas de instrução onde ensinavam a
leitura, a história dos cultos, a astronomia, a música e a medicina. Poucas
informações deste período foram preservadas. O povo que mais conservou
informações sobre sua história, foram os hebreus, deixando como herança para o
mundo um conjunto de doutrinas, tradições, cerimônias religiosas e preceitos
que ainda hoje são seguidos. De maneira geral os ensinamentos primitivos
ocorreram de maneira semelhante entre muitos povos, marcados pela tradição e
pelo culto aos velhos .
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22. O tradicionalismo pedagógico é determinado por tendências religiosas
diferentes. Na comunidade primitiva a educação provinha da própria comunidade,
essa se dava através da vida e para a vida. A criança aprendia no seu próprio
dia a dia. Em fim a escola era a própria aldeia. A escola de hoje nasceu com a
hierarquização e a desigualdade social gerada por aqueles que se apoderam do
excedente produzido pela comunidade primitiva. Têm-se hoje na História da
Educação a marca da desigualdade econômica, onde encontra-se uma linha
educacional destinada aos exploradores e outra destinada aos explorados.
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23. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO AFRICANO A cultura africana não se
desenvolve de forma unitária em todo seu território. As diferenças de níveis de
cultura, explicam os diferentes comportamentos frente aos movimentos de
libertação. Na África pré-colonial, não existiam escolas, mesmo assim as
crianças eram educadas, elas aprendiam fazendo e vindo em contato com os mais
velhos. Ouvindo as histórias dos mais velhos, aprendiam histórias tribais e o
relacionamento de suas tribos com outras. A educação era portanto informal. O
sistema educacional na Tanzânia era cooperativo e não individual, o conceito de
qualidade e responsabilidade condizia com qualquer habilidade, seja ela
agropecuária ou ligada a atividade econômica.
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24. Não se trata apenas de organização escolar ou de currículo, os
valores sociais são formados pela família, escola e sociedade, ou seja, pelo
ambiente global que envolve a criança. Um povo iletrado não é necessariamente
um povo ignorante, o conhecimento pode ser passado de forma oral, de geração a
geração, mesmo sem a existência de escolas .
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25. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO DO TERCEIRO MUNDO O pensamento pedagógico do
Terceiro Mundo é originário de experiências educacionais dos países
colonizados, como os da América Latina e os da África. Na luta pela sua
emancipação, estes países constituíram uma teoria original. A Europa colonizou
os dois continentes, dividindo territórios e tornando estes países cada vez
mais dependentes e subdesenvolvidos. Os colonizadores combateram a educação e a
cultura nativa impondo seus hábitos e costumes e escravizando os nativos de
cada região.
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26. Na África, os colonizadores impuseram uma única língua estrangeira a
fim de catequizá-los e uni-las numa religião universal, sendo que este programa
não deu certo porque a tradição européia era calcada no valor da palavra
escrita, ao passo que a tradição africana é dominada pela oralidade. Nos anos
70, com a libertação dos países africanos, foram feitas enormes campanhas de
alfabetização, consideradas um fracasso pelos europeus. Mesmo desacreditados,
os africanos obtiveram grandes resultados. Estas campanhas visavam a
incorporação dessas massas num projeto nacional e o fortalecimento do povo como
animador coletivo da educação.
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27. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO LATINO AMERICANO As metodologias em uso nas
escolas têm um enfoque verbalista, o professor expõe idéias retiradas de
livros, de onde o aluno retira todas as suas percepções formais do saber. A
escolha assemelha-se a uma fábrica, onde o professor fala e o aluno absorve as
informações por aquele passadas. Todas as instituições vinham com respostas
prontas. Ao aluno basta memorizar as informações. Nos dias de hoje com a
diversidade de informações, a comunicação se tornou mais diferenciada entre as
comunidades e também em relação a natureza. As percepções visuais e sonoras são
fundamentais ao ato de conhecer.
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28. A compreensão não vem depois da audição ou da visão, a linguagem
total introduz o homem num universo de percepções, a percepção opera integrando
os diversos sentidos. A pedagogia da linguagem total leva ao prazer novo e
motivador da aprendizagem, o aluno está sempre querendo estimular suas
sensações e percepções. Tanto alunos como professores para realizar a autêntica
educação, têm que se colocar em estado de comunicação intenso, indo um em
encontro ao outro.
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29. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO Graças ao pensamento iluminista
trazido da Europa por intelectuais e estudantes que não tinham mais tantos
laços com a Igreja, deram os primeiros passos, embora tímidos, para as mudanças
do pensamento pedagógico brasileiro. O pensamento pedagógico teve grande ajuda
dos jesuítas, que difundiram nas classes populares a religião subserviência, da
dependência ao paternalismo, características marcantes da cultura brasileira
até os dias de hoje. O primórdio da educação brasileira foi Rui Barbosa, que
pregava a liberdade de ensino, a instrução obrigatória, este se inspirou no
sistema educacional da Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos.
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30. No início deste século a educação teve grande interesse nos
movimentos anárquicos, tinham no seu pensamento que se não ocorressem mudanças
profundas na mentalidade das pessoas, a revolução social desejada jamais
alcançaria o seu objetivo. Anos depois a educadora Maria Lacerda de Moura, que
combatia o analfabetismo , defendia a educação dos sentidos e o estudo do
crescimento físico. Dizia que era necessário declarar guerra ao analfabetismo,
ao orgulho tolo, à ambição, ao egoísmo, à prepotência, assegurada pela
autoridade do diploma e do bacharelado incompetente. Em 1944, o Instituto
Nacional de Estudos Pedagógicos, inicia a publicação da Revista Brasileira de
Estudos Pedagógicos, um precioso testemunho da história da educação no Brasil,
fonte de informação para os educadores brasileiros até hoje.
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31. Paulo Freire , foi o maior contribuinte da alfabetização de jovens e
adultos, que desenvolveu uma teoria pedagógica que envolvia a pesquisa
participante e os métodos de ensinar. O seu pensamento humanista e crítico na
história tem seus problemas e o educador tem de saber o que fazer com elas.
Florestan Fernandes , defensor da escola pública, seu pensamento sociológico
criou um novo estilo de pensar sobre a realidade social. Já para Luiz Pereira a
solução dos problemas dentro da escola, depende da solução dos problemas
externos a ela, envolvendo o aspecto econômico e social. Para Rubem Alves o
educador se descobre como um ser vivo, onde as sensações estão envolvidas com o
seu trabalho. Para Antônio Muniz de Azevedo a educação é um processo permanente
de aperfeiçoamento humano.
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32. Darcy Ribeiro analisou o ensino público, extinção do 3º turno,
aperfeiçoamento do magistério, implantação de escolas integradas, onde a
criança permaneceria mais tempo na escola, com professores competentes e com
orientação que a maioria não encontram em casa. Pode-se dizer que o pensamento
pedagógico brasileiro, têm sido definido por duas tendências gerais; a liberal
e a progressista. Os educadores e os teóricos da educação liberal defendem a
liberdade de ensino. E da educação progressista defendem a formação de um
cidadão crítico e participante. O pensamento pedagógico brasileiro é muito rico
e está em movimento.
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33. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO CRÍTICO Depois de duas guerras mundiais, os
existencialistas e fenomenologistas se perguntavam o que estava acontecendo de
errado com a educação. Entre os maiores críticos, está o filósofo Louis
Althusser e os sociólogos, Pierre Bordieu e Jean Claude Passeron , cujas obras
tiveram grande influência no pensamento pedagógico brasileiro na década de 70.
Elas demonstraram o quanto a educação reproduz a sociedade. Pensamentos dos
principais idealizadores do Pensamento Pedagógico Crítico: Louis Althusser : A
escola-família substitui o binômio igreja-família como aparelho ideológico
dominante. É a escola obrigatória durante muitos anos, na vida do ser humano.
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34. Bordieu e Passeron : Para eles, toda ação pedagógica é objetivamente
uma violência simbólica enquanto imposição, por um poder arbitrário. A ação
pedagógica tende à reprodução cultural e social simultaneamente. Baudelot e
Establet : Empreenderam um estudo profundo do sistema escolar, destruindo a
representação ideológica da escola única. Dizem que existe na verdade, duas
redes escolares, a secundário-superior, reservada para a classe dominante, e a
primário-profissional reservada para as classes dominadas. Jesus Palácios :
Afirma que a escola não é nem a causa, nem o instrumento da divisão da
sociedade em classes. Walter Benjamin : Criticou o ensino nas universidades,
onde predominava a informação ao invés da formação.
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35. Brasil Bernstein : Estudou a relação entre a língua e as diferenças
sociais. Dedicou especial atenção à linguagem das classes trabalhadoras. Henry
Giroux : Se dedicou ao estudo da sociologia da educação, da cultura, da
alfabetização e da teoria do currículo. Stanley Aronowitz : Analisa a teoria
crítica e seus fundamentos. Carnoy : Defende a tese de que só os movimentos
sociais, podem tornar a escola mais democrática.
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36. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO ANTI AUTORITÁRIO Neste capítulo do livro
& História das idéias pedagógicas; de Moacir
Gadotti, é comentado como Gerald Mendel, baseado na teoria de Freud, iniciou os
estudos sobre a autoridade e seus mecanismos de imposição, principalmente a
autoridade paterna. Para tanto, Mendel propôs a abertura da escola para a
política e tomada do local onde concentrava-se o poder pelos jovens a fim de
confrontar com o autoritarismo institucional. Dentre os autores que seguem esta
linha de pensamento pedagógico, foram destacados: Francisco Ferrer Guardiã
(1859 - 1909) que tinha como objetivo abolir da escola todo o instrumento de
repreensão e violência, sua tarefa seria preparar os futuros revolucionários, a
ação pedagógica que ele teoriza a existência da disciplina artificial que é
regada pelo autoritarismo cego, e uma disciplina natural que propõe encontrar
um consenso.
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37.
Alexander S. Neill (1883 - 1973) que tornou-se conhecido no Brasil, através de
seus livros "Liberdade
sem medo", "Liberdade sem excesso", "Liberdade no
lar", Liberdade na escola" e "Amor e juventude"Ele acreditava que a missão do
professor era a de estimular o pensamento da criança, que a dinâmica interna da
liberdade se encarregaria de proporcionar as mais ricas e variadas formas de vivência38.
Celestin Freinet (1896 - 1966) afirmava que na
medida em que organizamos o trabalho, teremos resolvido os principais problemas
de ordem e disciplina: não de uma ordem e uma disciplina formal e superficial,
que não se mantém senão por um sistema der sanções, previsto como uma
camisa-de-força que pesa tanto a quem recebe como ao mestre que a impõe. E
finaliza com Henry Wallon (1879 - 1962) que enfatizava que o desenvolvimento da
criança decorre em etapas, sendo cada etapa caracterizada por uma atividade
preponderante, ou conflito que a criança deve resolver. O desenvolvimento
acontece de modo descontínuo, uma vez que as crises evolutivas que resultam na
reestruturação da conduta infantil não são lineares nem uniformes.