O Advento da Modernidade

      Neste capítulo apresentaremos uma visão genérica sobre um período da história da Europa Ocidental conhecimento como a Idade Moderna. Não pretendemos esgotar o tema, mas apresentar alguns fatos importantes que nos permitam, posteriormente, iniciar a discussão sobre a colonização portuguesa no Novo Mundo. Discutiremos, portanto, o período transcorrido entre os séculos XV e XVI na Península Ibérica, buscando entender o universo cultural, político , social e econômico, ou, em outras palavras, entender como viviam, pensavam e se organizavam os homens daquela época.

 

http://www.libertaria.pro.br/images_menu/pixel.gifA Modernidade.

http://www.libertaria.pro.br/images_menu/pixel.gifO Renascimento.

http://www.libertaria.pro.br/images_menu/pixel.gifO Estado Nacional Moderno.

http://www.libertaria.pro.br/images_menu/pixel.gifO Mercantilismo e as expansões marítimas.

O Monopólio das especiarias.

http://www.libertaria.pro.br/images_menu/pixel.gifAs expansões marítimas.

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A modernidade

     Chamamos de modernidade o conjunto de transformações que se inicia a partir do século XV e que estende até o século XVIII, envolvendo aspectos culturais (o Renascimento), políticos (o surgimento dos Estados Nacionais Absolutistas) e econômicos (o Capitalismo Comercial.)

 

O Renascimento

     O início da Idade Moderna (século XV e XVI) é marcado por um forte desenvolvimento cultural - comumente chamado de Renascimento -, cujas raízes encontram-se nas novas condições econômicas e sociais da Europa no período. O desenvolvimento da burguesia e do comércio nas cidades foi um importante elemento propulsor da produção intelectual. A rica burguesia visava a sua autopromoção e através do mecenato financiava vários artistas e intelectuais.
     Outro elemento importante que contribuiu para o Renascimento foi o Humanista. Preocupados com a introdução de novas ciências nos currículos das universidades, tais como História, a Filosofia, o estudo de línguas e a Matemática, os humanistas resgatam valores da Antigüidade Clássica (greco-romana) e propuseram uma reflexão sobre as condições sociais em que viviam, a partir de uma nova visão de ser humano: uma visão antropocentrista, individualista, racional e impulsionadora do progresso.

     O local em que se iniciou o movimento cultural foi a Itália, onde a exclusividade do comércio de especiarias do Oriente proporcionou um grande enriquecimento de algumas cidades. Em seguida, o Renascimento espalhou-se por várias Regiões da Europa, acompanhando o avanço mercantil e influenciando os setores artísticos, literários e científicos com técnicas inovadoras. A ciência procurava explicar o mundo através de novas teorias, contrapondo-se às interpretações religiosas do período feudal.
     Todo esse desenvolvimento cultural, no entanto, deve ser relativizado, uma vez que o Renascimento foi um movimento elitista. Naquele tempo a convivência entre a ciência e a superstição ainda era muito perceptível. Segundo a historiadora Laura de Melo e Souza (...) "enquanto as elites redescobriam Aristóteles ou discutiam Plantão na Academia Florentina, a quase totalidade da população européia continuava analfabeta (...)".
     A mentalidade supersticiosa pode ser verificada nos diversos relatos sobre o cotidiano dos Homens europeus da época, nos quais comumente apareciam monstros e seres imaginários como os citados nas cartas dos primeiros viajantes e nos diversos mapas dos catálogos do final do século XV e começo do século XVI.

     Ainda assim, podemos afirmar que o Renascimento Cultural, somado ao Renascimento Comercial, ao Renascimento Urbano e ao surgimento dos Estados Nacionais, contribuiu para a afirmação dos valores da burguesia em ascensão.
     Quanto mais fortalecida a burguesia de uma região, maior tornava-se o interesse pela criação de unidades fiscais, monetárias e de mercados. Esse mesmo interesse levou à criação dos Estados Nacionais Modernos.

MECENATO foi o nome dado à prática de financiamento de artistas, filósofos e estudiosos em geral por ricos burgueses, os mecenas. O termo originou-se do nome de um estadista romano chamado Mecenas (60 a .C. - 8 d.C), protetor de artistas e homens de letras.
ANTROPOCENTRISMO é o nome dado as sistema ideológico que considera o homem como centro ou medica do universo, sendo-lhe, por isso, destinadas todas as coisas.

 

 

O Estado Nacional Moderno

     Com o enfraquecimento da nobreza feudal tornou-se viável a associação entre monarcas - nobres de maior prestígio regional - e setores da burguesia. A troca de benefícios econômicos de um lado e de benesses políticas de outro fortaleceu os laços de dependência mútua entre a nobreza e a burguesia.
     Os monarcas buscaram cada vez mais a centralização política como forma de diminuir as restrições feudais. Isso implicava a retirada de poder dos senhores feudais por mecanismos violentos em alguns casos, e na maioria das vezes, por concessões de privilégios à nobreza, tais como sua admissão na vida das cortes e a cessão de cargos públicos bem remunerados.
     Com o acirramento da crise feudal, um número cada vez maior de nobres submetia-se a essa situação fortalecendo ainda mais os monarcas. A centralização viabilizava os interesses burgueses, e o aumento dos lucros mercantis, por sua vez, significava mais impostos para o monarca, que ampliava assim sua capacidade de negociação com a nobreza.
     "A unificação política significava também a unificação das moedas e dos impostos, das leis e normas, pesos e medidas, fronteiras e aduanas. Significa a pacificação das guerras feudais e a eliminação do banditismo das estradas. Com a grande expansão do comércio, a monarquia nacional criaria a condição política indispensável à definição dos mercados nacionais (...)" (N. Sevcenko) unidos em interesses, corte, burguesia e monarca definiam o Estado Nacional Moderno: nobiliárquico, mercantil e absoluto.